quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Era só um José, um brasileiro como muitos quaisquer, um preto novo que não sabia muito bem o que da vida queria, ia trabalhar como muitos, não sei se havia beijado a esposa aquele dia, não sei se filhos tinha, nem mesmo sei se era boa companhia, anda displicente, ate com um tímido sorriso mostrando os dentes, não se vestia com muito apresso, era magro, caminhava ligeiro...
José tinha uma história, assim como Pedro, João e Francisco, no meio da multidão era um ilustre desconhecido, talvez tivesse alguns amigos, mas na manhã chuvosa ele não foi visto e só sobraram dele gemidos.
Seu corpo atirado no chão se contorcia, acho que aquilo era o ultimo fiapo de vida de mais uma fim de história sofrida, final sem gloria, que nunca vai ser escrito em nenhum livro de história. José vai ser uma mais dado de estatística.
Sua esposa esta noite vai dormir sem sua companhia.
Tento esquecer de mim
Tento não fazer mais coisas por impulso
Tento não voltar nos erros recorrentes
Deixar que as coisas se ajustem com tempo por si só
Vi que nada depende só mim
Meus anseios e angustias são só meus
Não tenho por que depositar isto em outros
Estou apreendendo da forma mais difícil
Quem disse que vida é nada fácil tinha muita certeza.