Tinha tudo pra ser mais um dia comum como todos os de mais dias de minha vidinha maldita. Mas não, tem gente que não gosta da calma da vida alheia, e vive pra perturbar que em paz quer viver. Não se agüenta em viver suas vidas medíocres de merda e atucanam quem paz pra sua vida quer.
Eu na boa, não quero um marasmo de vida, mas não quero mais me perturbar com os problemas alheios a mim, nem sei ao certo porque as pessoas jogam seus problemas em cima de mim, deve ser porque eu sou um ótimo ouvinte, e não me importo muito em doar um pouco de tempo ocioso da minha vida pra quem não sabe mais o que fazer.
Desabafar, ter quem as ouça, mesmo que não vá resolver
Hoje, como de costume eu em minha eterna saga migratória de casa pra o trabalho me sentei no lado de um cara branco e gordo que dava cabeçadas nos vidros do onibus. O cara branco e gordo despertou do seu repé, me olhou nos olhos com cara de assustado. E com uma cara de louco fixado em meu semblante de meio que de desespero e cômico e começou a cantar uma musica de Djavan (imagine a minha cara de pânico com tal situação). Não contente em me fazer passar vergonha dentro de um ônibus lotado (depois de cantar alto pra casete) o cara branco e gordo começo a comentar comigo sobre os atributos físicos das passageiras que adentravam ao transporte publico (há esta hora vergonha já não descrevia o meu constrangimento).
Tente pelo menos visualizar a situação: o cara branco e gordo me acotovelando e comentando o seguinte (mas num tom de voz que beirava os berros)
“-Essa é Boa né?”
Mas oque viria a ser “boa” para aquele ser altamente tomado pelos efeitos do álcool.
Talvez ele quisesse dizer que ela é de boa família?
Claro que não...
Mas já chega disso. Eu nem vou comentar que ele falou de seus problemas pessoais e quase chorou (detesto viagens de ônibus muito longas!)
Só queria saber o que leva alguém a estar bêbado às 11hs da manha?
E mais, por que as criaturas cismam em falar dos seus problemas pra mim mesmo sem me conhecer?
Acho que devo ter cara de padre para estas almas perdidas querem se confessar a mim (deve ser culpa do meu cabelo que lembra um tal de Cristo...)